sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Benito mussolini
No exercício despótico do cargo de primeiro-ministro, Mussolini reunificou a Itália, implantou reformas sociais e restaurou à força a ordem perturbada por greves e distúrbios. Perdeu-se, no entanto, pela ambição de construir um império por meio da guerra de conquista. Benito Amilcare Andrea Mussolini nasceu em Dovia di Predappio, na província de Forli, em 29 de julho de 1883, filho de um ferreiro. Começou a trabalhar como professor, mas logo seu interesse se voltou para a revolução. Em 1902 mudou-se para a Suíça, numa tentativa de escapar do serviço militar, mas suas atividades esquerdistas acabaram por causar sua expulsão do país. De volta à Itália, esteve em Trento, então sob o domínio austríaco, onde foi novamente preso e expulso. Nessa época, suas leituras filosóficas, especialmente as de Nietzsche, haviam firmado sua crença na violência como elemento fundamental para a transformação da sociedade. Nomeado em 1910 secretário do Partido Socialista em Forli, começou a editar o jornal La Lotta di Classe. Depois de liderar um movimento operário contra a guerra turco-italiana, foi condenado a cinco meses de prisão. Seu prestígio aumentava e em 1911, Mussolini já era um dos principais dirigentes socialistas da Itália. No ano seguinte passou a editar o Avanti!, órgão oficial do Partido Socialista, cuja tiragem fez crescer muito. Em 1914, sustentou a neutralidade da Itália na primeira guerra mundial, de acordo com a linha do Partido Socialista. Aos poucos, porém, passou a defender a França e o Reino Unido e foi expulso do partido. Fundou então o jornal Il Popolo d'Itália, no qual continuou a defender a entrada da Itália na guerra, e organizou os Fasci d'Azione Rivoluzionaria (Grupos de Ação Revolucionária). Em abril de 1915 voltou a ser preso. Depois que a Itália declarou guerra à Áustria, Mussolini foi convocado. Ferido em 1917, voltou a editar seu jornal, cada vez mais violento no ataque aos socialistas. Em 1919 fundou os Fasci di Combattimento (Grupos de Combate), em Milão. O novo movimento, de ideologia socialista e nacionalista, pregava a abolição do Senado, a instalação de uma nova constituinte e o controle das fábricas por operários e técnicos. Em 1920, um movimento operário no norte da Itália foi inicialmente apoiado por Mussolini, que chegou a propor uma frente comum contra os patrões e os trabalhadores de extrema-esquerda. Rejeitada a proposta e contornada a situação pelo governo liberal, Mussolini capitalizou a seu favor o pânico da burguesia em relação ao comunismo, e o movimento recebeu vultosas contribuições pecuniárias. Surgiram as Squadre d'Azione, milícias anticomunistas, vistas com bons olhos tanto por liberais como por democrata-cristãos, esta na época a maior força política da Itália. Em 1921, Mussolini foi eleito para o Parlamento, e os Fasci di Combattimento passaram a chamar-se Partido Nacional Fascista. Depois de organizar em outubro de 1922 a marcha contra Roma, o Duce, como Mussolini era chamado, recebeu do rei Vítor Emanuel a incumbência de formar um novo governo, no qual predominavam, em princípio, liberais e democrata-cristãos. O Parlamento conferiu a Mussolini plenos poderes. Em 1923 foi criado o Grande Conselho Fascista e oficializadas as Squadre d'Azione, com o nome de Milizia Volontaria per la Sicurezza Nazionale. Em 1925 instaurou-se a ditadura fascista. Todas as formas de oposição foram suprimidas; os candidatos a postos eletivos passaram a ser indicados pelas associações fascistas; as corporações profissionais, diretamente controladas pelo governo, substituíram os sindicatos; os códigos judiciários foram revistos; e a polícia ganhou plenos poderes. Em política externa, as aspirações de Mussolini foram limitadas na prática pelo reduzido poderio militar da Itália. Em 1927, ele estabeleceu um protetorado sobre a Albânia; em 1935 invadiu a Etiópia; e em 1937 interveio na guerra civil espanhola. Durante a segunda guerra mundial, sua aliança com Hitler, decidida no auge das conquistas militares alemãs, permitiu-lhe incorporar territórios da Iugoslávia. Derrotado na Grécia em 1940 e na África em 1941, teve sua liderança repudiada pelo Grande Conselho Fascista em 1943. Destituído e preso, foi libertado pelos alemães e tentou manter-se no poder no norte da Itália, mas, já desmoralizado e isolado, foi preso por partigiani (guerrilheiros) italianos, ao tentar fugir para a Suíça. Julgado sumariamente, foi fuzilado com sua amante, Clara Petacci, em Dongo, Itália, em 28 de abril de 1945. Seus corpos foram pendurados de cabeça para baixo numa praça de Milão.
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